Posts Tagged ‘Curtas’

Sexo implícito

28 de abril de 2010

Para os anais do duplo sentido – parte 1

“Ela me deixa louca é por trás!”, confessava Robudinha, bem na hora do almoço. Não, minha amiga não é adepta de prática sexual comum entre dois homens aplicada a duas mulheres, Robudinha que nem chegada em meninas é. Ela se referia a uma velha famigerada nossa, que costuma deixar todos loucos de raiva, mas que em relação a ela faz as coisas às escondidas. Ah, tá….

Para os anais do duplo sentido – parte 2

“Como você prefere atrás?”, quis saber de mim a cabeleireira. Não, não respondi “com carinho”, ou “só por amor”. Ela estava me perguntando sobre como eu queria que ela aparasse meu cabelo atrás, ou seja, naquela parte da anatomia humana conhecida como nuca, afinal era a primeira vez que ela me atendia, e não conhecia minhas preferências – estético-capilares! Mas que ficou estranho, ficou. A colocação dela, não o resultado do corte, felizmente. Caprichou, Susie!

O KY da Beth

Beth Chiclete, companheira de labuta, veio tirar comigo uma dúvida de português. Acabamos falando sobre a maldita…reforma…ortográfica, aquela que acabou com nossa língua, um dos últimos patrimônios nacionais dos quais ainda podíamos nos orgulhar (nos restando o carnaval, o futebol, o Cristo Redentor….e a bunda da mulata).

Em relação a um ponto da “reforma”, Beth declarou que não teria problemas em se adaptar: “eu sempre usei k, y e w!”. Lógico que eu não poderia deixar essa passar em branco: “você sempre usou KY?…”. “E w!”, complementou Beth.

Achei melhor não me estender no assunto. Pelo menos não dessa forma, tão a seco…

Cheia de si…

Estávamos eu e Papai Sabe Tudo parados em um sinal de trânsito. No que passa uma louríssima (ainda que não de nascença, muito provavelmente), peitoril empinadíssimo (ainda que não de nascença, certamente), bronzeadíssima (ainda que artificialmente) e modelito justo e coloridíssimo do tipo “gente, cheguei!!!”.

Atravessava ela a rua em toda sua autoestima turbinada, carregando sacolas de roupas de grife. “Cheia de si!”, arrisquei eu um comentário, para não ter que ficar sem falar nada diante de tanta…pompa.

“Cheia de si-licone!”, bem complementou Papai Sabe Tudo, este sim menos atento ao perfil psicológico do que nos atributos físicos da moça.

De onde viemos

História contada por minha irmã Material Girl:

Seu filho caçula Espoleta viu uma foto de Material G. da época em que ela estava grávida dele, com o primogênito Afilhado a seu lado. “Espoleta!”, apontou ele para seu irmão mais velho na foto, acreditando tratar-se dele próprio.

Explicou sua mãe: “não, Espoleta, este é o Afilhado. Na verdade, nesta foto você ainda estava dentro da minha barriga, olha como ela estava grande!”. Espoleta olhou. E concluiu, horrorizado com a antropofagia materna: “você me comeu?!?!”.

Seu pai, que escutava a conversa, deu sua contribuição didática: “não, eu que comi a mamãe”, explicou assim meu cunhado a origem da vida a seu filho, que diante de tanta informação canibalista se calou, de olhos arregalados.

A cabeça do pequeno Espoleta deve ter dado um nó.

Foto: goooooogle

Arquivo: abril 2009